A inovação aberta é responsável por bilhões de reais em oportunidades de negócio para grandes corporações, startups e outros negócios digitais. Além disso, a inovação aberta como um todo tem impactos extremamente positivos sobre os produtos e serviços que as empresas oferecem a seus clientes. Ganha o mercado, ganha o consumidor.
O seu negócio também pode participar ativamente dos processos de inovação aberta que acontecem em nosso mercado. Mas para isso, é preciso conhecer este universo mais a fundo. Se você está interessado em inovação aberta, chegou ao conteúdo certo. Vamos lá!
O que é Inovação Aberta
Quando falamos de inovação, geralmente quem possui uma empresa pensa em usar recursos internos. Mas, existem formas mais horizontais de inovar. Nesse sentido, uma das estratégias mais eficazes é a inovação aberta.
A inovação aberta ou open innovation é um termo criado por Henry Chesbroug, um pesquisador da Harvard Business School. A ideia é promover uma forma de inovação mais colaborativa e diversa. Nela, há o envolvimento de várias partes externas à uma empresa, como clientes, fornecedores, institutos de pesquisa, órgãos públicos, startups e outras empresas.
Esse conceito representa uma verdadeira mudança no mindset de muitos empreendedores. Afinal, grandes negócios muitas vezes preferem guardar suas ideias como um segredo. Porém, a inovação aberta permite gerar valor à empresa por meio do compartilhamento de conhecimento.
Vale destacar que essa estratégia é benéfica para todas as partes. Principalmente em tempos de crise, onde a colaboração é extremamente importante. Resumindo, trata-se de uma forma de inovação mais descentralizada e disruptiva. O foco é integrar diversas partes, para gerar valor à empresa e à sociedade.
Tipos de Inovação Aberta
Existem dois principais tipos de inovação aberta: de entrada e de saída. Vamos compreender um pouco melhor como cada uma delas funciona.
Inovação aberta de entrada
A inovação aberta de entrada envolve obrigatoriamente a participação de entes externos à empresa interessada em inovar. Neste caso, a corporação procura no mercado ideias, produtos, serviços ou propostas inovadoras oferecidas por outras pessoas ou empresas.
Inovação aberta de saída
A inovação aberta de saída busca incrementar os seus processos utilizando apenas recursos internos à empresa. Desafios internos, hackathons e outros. Contudo, se isso não for suficiente para atingir o objetivo esperado, a companhia passa a buscar soluções externas.
Diferenças entre Inovação Aberta e Inovação Fechada
A inovação fechada é um processo mais tradicional, que foi usado durante anos por várias empresas. Nessa forma de inovar, as invenções, pesquisas e ideias são desenvolvidas internamente em uma organização. Normalmente, essa responsabilidade fica a cargo do setor de Pesquisa e Desenvolvimento, conhecido como P&D.
Além disso, quando a inovação é fechada, a empresa detém a propriedade intelectual daquilo que foi desenvolvido. Isso significa que, geralmente, o processo de obtenção da ideia e outras fases da inovação não são compartilhados.
Em contrapartida, a inovação aberta se refere ao uso de elementos internos e externos para gerar valor à organização. Em tal dinâmica, a empresa aproveita o conhecimento e ferramentas criadas externamente. Do mesmo modo, o mercado e outros agentes podem adquirir novos conhecimentos, que são proporcionados pela colaboração.
Ou seja, ao contrário do que muitas empresas pensam, a inovação aberta pode sim gerar muito lucro. A empresa não estará oferecendo conhecimento de graça, mas sim agregando forças para gerar benefícios mútuos. Então, apesar dos agentes externos aprenderem e ganharem experiência com a rede colaborativa, geralmente a empresa tem exclusividade para lucrar com a inovação gerada.
Quais as vantagens da Inovação Aberta?
1. Redução de tempo e custos
Formar uma equipe qualificada de Pesquisa e Desenvolvimento pode ser muito caro e levar tempo. Isso porque tais profissionais são escassos e geralmente necessitam de salários elevados, devido à alta qualificação. Ainda, há o gasto com equipamentos e espaços, por exemplo.
Mas, se você quer um investimento mais acessível e ágil, a inovação aberta é uma boa opção. Com ela, é possível contar com uma ampla rede de parceiros de forma colaborativa. Os custos envolvidos são baixos e até nulos em alguns casos.
Além disso, a grande quantidade de profissionais e organizações envolvidas acelera muito o processo. O caráter experimental e descentralizado do projeto também contribui para a criatividade e troca de ideias fluírem mais facilmente.
2. Redução de riscos
Criar inovações internamente e testá-las no mercado pode envolver diversos riscos. O investimento para fazer isso é alto, e o resultado pode nem trazer o lucro esperado.
Mas, a inovação aberta garante uma visão muito mais completa do mercado. Afinal, não há apenas as ideias dos profissionais da sua empresa. É possível saber a visão de outras companhias, das startups, dos clientes, dos fornecedores, das universidades, entre outros.
Em suma, você consegue coletar dados muito mais confiáveis e amplos, para tomar as melhores decisões.
3. Aumento do retorno sobre o investimento (ROI)
Todos esses fatores já citados contribuem diretamente para aumentar o retorno sobre investimento (ROI) da sua empresa. A redução de riscos, a agilidade da inovação e a diminuição dos custos geram maior potencial de receita. Isto é, a inovação aberta pode ser muito mais lucrativa do que apenas inovar internamente.
4. Valor para a marca
Empresas que apostam em inovação aberta agregam valor para suas marcas. A inovação é vista como um processo muito bem quisto pelo mercado, uma vez que possibilita o desenvolvimento de novos produtos e serviços, além de otimizar metodologias de trabalho já aplicadas, mas que podem ser ainda mais assertivas, melhorando a experiência dos clientes e reduzindo custos operacionais.
Não à toa, a maioria das corporações e das startups envolvidas em processos de inovação aberta costumam se gabar disso em suas comunicações corporativas. É uma forma de afirmar aos stakeholders que o empreendimento se preocupa com a evolução e o aprendizado do mercado.
5. Participação e satisfação dos clientes
Diversos processos de inovação aberta contam diretamente com a participação dos clientes das empresas. Isso se dá, normalmente, via feedbacks ou pesquisas de mercado que levam em conta a experiência dos usuários que testam as soluções inovadoras. Naturalmente, se os inputs dos clientes forem bem aproveitados, a tendência é que os produtos e serviços inovadores tenham um grau maior de satisfação por parte do público.
5. Novos mercados e oportunidades
A inovação aberta permite gerar não só novos produtos, mas até mercados e oportunidades de negócio. Afinal, trata-se de uma inovação mais radical, que cria grandes rupturas.
Enquanto a inovação fechada apenas foca em acrescentar funções a produtos já existentes, a inovação aberta foca em gerar soluções disruptivas. Por exemplo, você pode ter uma ideia que vai criar um mercado totalmente diferente, como aconteceu com a criação dos bancos digitais, por exemplo.
6. Novos modelos de negócio e fontes de receita
A inovação aberta tem a vantagem de que a empresa não fica presa ao seu modelo de negócio atual. Se você tem uma loja física, por exemplo, pode se limitar a abrir uma rede de franquias. Esse investimento pode ser muito alto e demorar para trazer retorno.
Agora, pense que com a inovação aberta você pode usar um modelo de negócio totalmente distinto. Por exemplo, você pode criar uma spin-off para atender um público bem diferente do seu atual. Além disso, você pode investir em modelos escaláveis como marketplace ou SaaS.
Dica: acesse já o checklist completo sobre como criar um marketplace de sucesso!
Quais os tipos de Inovação Aberta?
Existem diversas estratégias de inovação aberta que a sua empresa pode adotar. Abaixo separamos as principais.
1. Inovação Incremental: Conexão com Startups
Conectar-se com startups é uma das melhores formas de gerar inovação aberta. Isso pode ser muito eficaz para permitir a inovação incremental. Ou seja, melhorar processos e produtos do seu negócio. Por exemplo, é possível contratar um CRM ou um serviço de ponto online, a fim de aprimorar os resultados do empreendimento.
O primeiro passo é você levantar internamente quais são os problemas, necessidades e dores da sua empresa. Para isso, você pode coletar opiniões tanto da sua equipe estratégica quanto operacional.
Então, é hora de abrir espaço para as startups. Nesse caso, há basicamente duas opções. A sua empresa pode criar um programa para que startups se inscrevam e trabalhem juntas em uma solução. Ou, você pode contratar ativamente uma startup para resolver seu problema. Uma dica é consultar bases desse tipo de empresa, como a Liga Ventures, a Distrito ou StartupBase.
2. Inovação Disruptiva: Spin-Off do Negócio
Outro tipo de inovação aberta é apostar na inovação disruptiva. Essa estratégia consiste em romper com um padrão e criar uma forma totalmente nova de fazer algo. Isso pode ser muito vantajoso se aplicado a uma spin-off.
O spin-off permite que você atenda novos nichos de mercado e públicos, sem comprometer a sua renda já consolidada. Para investir nisso, é importante escolher um modelo de negócio digital e escalável, como uma startup ou marketplace. Desse modo, o potencial de sucesso é bem maior.
3. Incorporando a Inovação: Joint Venture ou Aquisição de Startups
Outro tipo de inovação aberta é incorporar a inovação. Por exemplo, você pode comprar uma startup do seu nicho de mercado. Dessa maneira, ela fará parte dos seus produtos e soluções e poderá agregar receita ao seu negócio.
Além disso, é possível criar uma Joint Venture. Isto é, unir-se a outra empresa já existente, a fim de criar um novo negócio ou produto.
Definir os Objetivos e Metas da Inovação Aberta
Para que a inovação aberta realmente dê certo, é necessário ter objetivos e metas claras. Assim, o primeiro passo é elencar os problemas, as oportunidades ou as tarefas na sua empresa que podem ser automatizadas ou melhoradas. Conte com o auxílio dos seus colaboradores, clientes e fornecedores para dar essas sugestões.
Então, é importante estabelecer objetivos estratégicos. Um exemplo é: aumentar a receita do negócio ou melhorar um processo interno.
Ainda, não esqueça de definir suas metas. Para isso, um método que pode te ajudar é o metas SMART. Ele consiste em ter metas específicas, mensuráveis, atingíveis, relevantes e temporais.
Por exemplo, aumentar o faturamento em 50%, em um ano, criando uma spin-off no seu nicho para atender um público mais digital. Ou, melhorar em 70% a produtividade do RH da empresa, contratando uma startup com solução de ponto online.
Metas SMART
Uma metodologia bem bacana para enxergar e desenvolver a inovação aberta dentro do seu negócio é definir metas. Mas mesmo a definição de metas pode ser mais complexa do que aparenta em um primeiro momento. Pensando em formas eficientes de definir metas, você pode usar a metodologia SMART. Veja o que cada letra deste acrônimo significa:
S — Specific, ou específica
A especificidade da inovação ajuda a desenhar melhor o seu escopo. Ou seja, entender os seus contextos e delimitar bem os objetivos. É melhor ter como meta “melhorar a experiência do usuário de apps de transporte em regiões de baixo acesso à internet” do que apenas “melhorar a experiência do usuário”.
M — Measurable, ou mensurável
Uma meta se torna mais praticável se ela for mensurável. É difícil compreender o grau de sucesso dos seus esforços se a meta em questão for muito subjetiva ou de difícil mensuração. Quanto mais precisas forem os indicadores de sucesso (KPI) das suas metas, melhor.
A — Attainable ou atingível
Uma boa meta é uma meta tangível. Naturalmente, ela precisa ser desafiadora, mas não deve ser impossível. Uma meta tangível permitirá ao seu negócio, na próxima oportunidade, ampliar seus horizontes e estabelecer metas tangíveis ainda mais ousadas. O “tangível”, assim como o mensurável, também diz respeito à concretude da meta.
Sua meta não deve ser abstrata, como “fazer a sociedade melhor”. Mas sim, se apoiar em premissas reais: “fazer a sociedade melhor por meio da redução do desemprego, através de uma plataforma que atua para permitir aos usuários encontrarem e ingressarem nas melhores vagas de emprego”, por exemplo.
R — Relevant, ou relevante
Suas metas precisam ser relevantes. Tanto para o mercado em que seu negócio atua, como para a corporação em si. Metas aparentemente irrelevantes tendem a desmotivar a sua equipe e não gerar engajamento com o público consumidor ou eventuais investidores.
T — Time based, ou temporal
Toda meta eficiente precisa ser baseada em um determinado tempo. O tempo é um recurso escasso, e não podemos levar “uma eternidade” para cumprir um objetivo. Por isso, ao estabelecer metas, sempre as vincule a prazos e ciclos cronológicos.
Como colocar em prática a Inovação Aberta?
Agora que você já sabe o que e quais são os tipos de inovação aberta, preparamos algumas ideias para colocá-la em prática.
1. Plataforma de Co-criação de Ideias com Clientes e Fornecedores
Uma maneira bastante simples de começar na inovação aberta é coletar ideias dos seus clientes e fornecedores. Esses dois públicos são estratégicos para qualquer negócio, e podem ter insights muito relevantes para aprimorar a empresa.
Por isso, uma dica é criar uma plataforma para agrupar as sugestões dessas pessoas. Após a coleta, você pode testar as ideias mais relevantes e apostar na experimentação.
2. Criação de Negócios Spin-Off
Outra ótima forma de aplicar a inovação aberta é por meio de uma spin-off. Para isso, foque em oportunidades que você enxerga para sua empresa, e conte com parceiros, uma consultoria ou até uma aceleradora para tirar as ideias do papel.
Como já falamos, um modelo de negócio digital e escalável, como o marketplace é o ideal. Para implantá-lo, você precisará de uma plataforma de marketplace como o Ideia no Ar. Ela propicia um lançamento rápido, acessível e sem depender de programadores.
3. Hackathons de Startups
Promover hackathons é uma maneira rápida e produtiva de aderir à inovação disruptiva. Esse tipo de evento é como se fosse uma maratona, geralmente realizada em um fim de semana, para criar soluções em um nicho.
Você pode convidar profissionais da sua área para que eles troquem ideias, desenvolvam habilidades e criem soluções para o seu negócio.
4. Fundo de Investimento e Aceleração de Startups
Mais uma alternativa é reservar parte dos lucros para investir em startups. A partir disso, uma empresa pode fazer investimentos e aceleração para startups do seu ramo.
Ou seja, em vez de apenas investir, também há a possibilidade da empresa criar um programa de aceleração próprio, e convidar startups a participarem.
Dica: acesse já o e-book sobre como conseguir investimento para uma startup!
5. Unidade de Joint Venture e Aquisição de Startups
Por fim, outra ideia é possuir um fundo específico para a aquisição de empresas e startups. Nesse caso, o investimento é maior. Mas, o foco é de fato incorporar a inovação e abrir novos negócios, o que pode promover grandes lucros no futuro.
Exemplos de Inovação Aberta
Existem muitos exemplos de grandes empresas que investiram em inovação aberta, para expandir seus negócios. Confira abaixo alguns desses casos de sucesso.
1. Cubo: Co-working do Itaú
O Cubo Itaú é um espaço de inovação, que funciona de forma semelhante a uma incubadora. O centro de empreendedorismo tecnológico conta com 125 startups, que já faturaram R$540 milhões até agosto de 2019. As startups vão além do banco, e se conectam com grandes empresas como Coca-Cola, Grupo Pão de Açúcar, Renault e TIM.
2. Youse: Caixa Seguradora
A Youse é uma plataforma de seguros totalmente online da Caixa Econômica. Trata-se de uma spin-off da marca. Ou seja, um negócio diferenciado para atender um novo público. Com a Youse, a Caixa visa atingir o público mais jovem, focado no digital.
3. E-wally: Banco Carrefour
A E-wally é uma fintech que foi adquirida pelo Banco Carrefour. A empresa oferece um cartão e conta digital sem consulta ao SPC e Serasa. Com isso, o Carrefour percebeu uma oportunidade de negócio e decidiu comprar a startup para poder oferecer tal solução aos clientes.
4. Liga Ventures
A Liga Ventures é um hub de inovação aberta que reúne desafios de algumas das maiores corporações do Brasil, como a Mercedes Benz, o Santander, a Usiminas e muitas outras companhias. Através da plataforma de conexão Liga Match, desafios de inovação aberta e programas de aceleração são oferecidos a novos negócios.
5. Inovabra Habitat
O Inovabra é o hub de inovação aberta mantido pelo Banco Bradesco. Assim como o Cubo, do Itaú, o Inovabra tem um ambiente onde startups podem receber mentorias, fazer contatos entre si, criar conexões com grandes corporações e participar de desafios de inovação.
7. Endeavor Brasil
A Endeavor é uma entidade sem fins lucrativos que tem o objetivo de acelerar novos negócios e impulsionar a inovação aberta. Ela é mantida por doações e também por contribuições das empresas aceleradas. Todos os anos, a Endeavor lança o programa Scale Up que acelera startups de diversos modelos de negócio. Nele participam alguns dos executivos mais importantes do mercado.
8. Speed Dating
Speed Dating é um processo de matchmaking entre grandes corporações e empreendimentos buscando receber investimento e/ou fazer parcerias de inovação aberta. Momentos de speed dating normalmente acontecem em eventos nos quais as startups e novos negócios podem apresentar pitches a investidores e agentes do mercado. Se houver interesse, os envolvidos se reúnem para uma rápida reunião que pode resultar em negócio.
Conclusão
A inovação aberta tem sido cada vez mais aplicada no Brasil, com resultados extremamente positivos. Além de gerar grandes resultados financeiros, a inovação aberta ajuda o nosso mercado a ser mais dinâmico, melhorando experiências de clientes e impactando positivamente em nossas rotinas do dia a dia.
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