Para se tornar um unicórnio, ou seja, uma empresa que vale mais de R$ 1 bilhão, a imensa maioria das startups obteve investimentos ao longo de sua trajetória para acelerar o crescimento exponencial que tanto almejam. Mas como conseguir um bom investimento para startup?
Neste conteúdo falaremos sobre os tipos de investimento, como a sua startup pode atingir esta conquista e quais os passos fundamentais para que os investidores olhem para o seu marketplace com melhores olhos. Acompanhe:
Mercado do investimento para startup
O ecossistema das startups está em pleno crescimento no Brasil. Sem dúvida, isso só é possível porque o volume de capital investido nestas empresas também aumentou substancialmente nos últimos anos. Estimativas do estudo Inside Venture Capital Brasil mostram que as startups conseguiram captar cerca de R$ 18 bilhões em 2020.
O valor é praticamente 20% maior do que no ano anterior e mostra o amadurecimento deste tipo de empresa. Além disso, os programas de aceleração e hubs de integração das startups também têm proporcionado condições mais favoráveis para a obtenção de investimentos.
Quais são as características de uma startup?
Existe uma infinidade de modelos de negócios de startups. Entretanto, elas compartilham também algumas características em comum. Acompanhe conosco!
Inovação
Startups buscam sempre inovação. Nem sempre uma startup terá um tipo de inovação disruptiva, que irá transformar o mercado totalmente. Contudo, pelo menos uma inovação incremental é muito bem vinda. Sem inovação, não faz sentido o modelo de startup, pois seria muito menos perigoso e mais rentável adotar um modelo de gestão mais tradicional.
Escalabilidade
As inovações proporcionadas pelas startups também precisam ser escaláveis. Ou seja: permitir o crescimento da operação e da receita sem que a estrutura de gastos e despesas cresça na mesma proporção. Essa é uma característica muito rara em negócios mais convencionais. Estas empresas podem até crescer, mas as dívidas crescem junto.
Flexibilidade
Startups precisam ter flexibilidade. Muitas vezes, negócios de startups não são validados logo de início. Diante de um insucesso na validação do formato, a empresa pode ter que se modificar totalmente para ter o seu Product Market Fit.
O que também pode acontecer é que, ao longo da operação, mesmo uma startup já em modelo de tração seja acometida por problemas que obriguem a transformação total do negócio (o que chamamos de pivotar). Durante a pandemia da Covid-19, isso foi muito comum.
Estágios de investimento para startup
Quando se trata de investimentos para startups, normalmente as rodadas são classificadas pelo valor do aporte e pelo grau de maturidade da empresa. Nesse sentido, a classificação também ajuda a definir como a empresa irá utilizar o dinheiro.
Pré-seed
Pré-seed é o nome dado a um dos primeiros aportes que as startups costumam receber. Assim, este investimento é utilizado para que a empresa possa desenvolver o seu Produto Mínimo Viável (MVP).
O MVP é como um protótipo da solução da startup que já pode ser testada em uso comercial. Costuma ser de R$ 50 mil a R$ 500 mil.
Seed
O investimento Seed, por sua vez, costuma ser aplicado em startups com um MVP já validado, no qual os investidores enxergam um bom potencial de escalabilidade. Por exemplo, investimentos como este costumam partir de R$ 500 até R$ 2 milhões.
Com este dinheiro, é comum que as startups apliquem parte na estruturação da empresa (funcionários, infraestrutura, administração, equipe de vendas) e a maioria na solução em si.
Crescimento
Investimento para startups com a finalidade de crescimento são feitos a empresas que já receberam um seed e tiveram bons resultados iniciais – que agora são chamadas de Scale-ups. Eventualmente, estes investimentos costumam ser divididos por séries A e B e C.
O investimento Série A tem a finalidade de consolidar a empresa. Pode ter entre R$ 2 milhões e R$ 20 milhões.
Investimentos de Série B são utilizados quando a startup já consolidada está se expandindo para novos mercados. Os valores variam entre R$ 20 milhões e R$ 50 milhões.
Por fim, investimentos de Série C seriam o último degrau de aporte que uma startup receberia antes de abrir seu mercado em um IPO na bolsa de valores. É um dinheiro muito usado para que a scale up também inicie operações internacionais. Costuma ser de R$ 50 milhões a R$ 100 milhões.
Nota: para todos os valores citados acima existem exceções.
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Tipos de investimento para startup
Além do tipo do aporte, investimento para startup pode vir de diferentes fontes:
FFF (Family, Friends, Fools)
Em primeiro lugar, normalmente um investimento para startup de características bastante iniciais e tímidas. A startup recebe pequenos aportes (quase empréstimos) de familiares, amigos e pessoas próximas dos empreendedores.
Embora este tipo de investimento possa ser bastante modesto, ele é responsável pela viabilização de diversas startups em todo o mundo.
Bootstrapping
Neste modelo, os empreendedores bancam o nascimento e o crescimento da startup com os seus próprios recursos. Ou seja, eles basicamente tiram todo o capital operacional da empresa do bolso.
Incubadoras
Incubadoras de startups são empresas ou entidades que promovem a integração entre startups e outros agentes do mercado. Por exemplo, empresas, investidores anjo, fundos de investimento para startups e outras figuras importantes.
Dessa forma, as startups têm a oportunidade de interagir entre si a fim de criar novos negócios, bem como receber mentorias e apresentar pitches para pessoas-chave desse universo, que por sua vez podem proporcionar o investimento.
Aceleradoras
Assim como as incubadoras, as aceleradoras são instituições que unem startups a possíveis investimentos. A diferença principal é que a função primordial de uma aceleradora é proporcionar um encontro entre uma empresa que possui uma dor (e quer pagar pela resolução) e uma startup que pode resolver aquela dor.
Portanto, se houver sinergia entre ambos, a empresa cliente pode acelerar as soluções da startup e fazer dela uma parceira de longo prazo. Ou seja, uma relação ganha-ganha lucrativa para ambos.
Programas governamentais
Cada vez mais o governo está investindo nas startups. Isso acontece porque, de fato, estas empresas podem transformar a realidade do mercado e melhorar a vida das pessoas. Além disso, startups consolidadas pagam mais impostos.
Investidores-anjo
Investidores anjos são agentes do mercado especializado em fazer aplicações de alto risco. São investidores individuais que costumam fazer seed, pré-seed ou série A como investimento para startup. Isto é, a ideia aqui é que o investidor aplica o dinheiro e, ao fim de determinado prazo, ele receba um múltiplo do valor que investiu.
Crowdfunding
No mundo das startups, o crowdfunding não é tão comum, mas ainda é presente. Centenas ou milhares de pessoas investem um pouco de dinheiro na solução da startup. Por isso, dependendo da quantidade investida, estas pessoas podem ganhar produtos/serviços ou até brindes especiais.
Venture Capital
O Venture Capital acontece quando um investidor ou um fundo de investimentos adquire uma parcela do capital acionário da startup.
Em outras palavras, a startup recebe o aporte, mas cede parte de seu controle acionário aos investidores. Logo, como a parcela normalmente é minoritária, os fundadores da startup continuam no controle administrativo.
Os investidores têm a intenção de, no futuro, vender as ações da startup por um valor maior do que o investido e, assim, gerar lucro.
Private Equity
Fundos administrados por bancos especializados na aceleração de startups e empresas promissoras. Embora o dinheiro do private equity venha de investidores diversos, quem escolhe e administra as empresas que receberão os investimentos normalmente é o próprio banco.
IPO
Abertura de mercado na bolsa de valores. O momento zero é fundamental: a empresa precisa captar o máximo de valores em sua abertura de ações. Depois, estas ações serão negociadas de acordo com o mercado e com o desempenho da startup. Dessa forma, fazer um IPO dá muito dinheiro, mas obriga as empresas a ter um pleno controle de auditoria de seus processos para divulgar aos investidores de maneira trimestral.
Investidor anjo
Conquistar um investimento anjo exige bastante networking e organização por parte do ou dos sócios do marketplace. Você pode encontrar um investidor em eventos do setor, em universidades ou em chamadas abertas. Você também pode ser encontrado por meio do seu networking.
Investimento anjo é feito por um investidor individual que utiliza seus próprios recursos para aportar capital em uma empresa. Além do dinheiro, o investidor anjo também contribui com mentorias, utilizando toda a sua experiência e know how para alavancar resultados.
Os 5 T’s de uma startup
Mas o que um investidor procura em uma startup? Existe um framework com 5 fatores que costumam ser os mais levados em conta. Veja:
Time
A equipe da startup. Investidores observam especialmente os fundadores e o time de executivos da empresa, se houver. Buscam entender se estão aptos a crescer e se farão uma boa gestão dos recursos investidos.
TAM
Total Addressable Market. Basicamente, o tamanho daquele mercado. Investidores buscam saber qual é aTech leva em conta tecnologia e produto. Afinal, investidores preferem investir em soluções já validadas e que estejam em conexão com as dores do mercado. Então, se a solução for de baixo custo, tecnologicamente viável e escalável, melhor ainda.
Tração
Além disso, só faz sentido investir em uma startup se ela crescer rapidamente. Por isso, investidores observam indicadores do passado, do presente e projeções do futuro para entender se aquela empresa realmente tem potencial.
Trenches
Por fim, trenches dizem respeito à “defensabilidade” da startup. Como ela se diferencia da concorrência, como ela se defende das demais empresas do mercado e de que maneira ela pode impedir que a concorrência roube seu market share.
Como atrair investimento para a sua startup?
Algumas dicas bastante úteis para você elevar a sua startup a um novo patamar.
Valide a sua ideia
Primeiramente, garanta que os produtos e serviços que a sua startup oferece sejam realmente relevantes, úteis e possíveis de vender.
Primeiro a empresa precisa fazer o MVP, como já mencionamos aqui. Testar a solução, receber o feedback e realizar o Product Market Fit. Ou seja, adaptar sua solução às necessidades do mercado.
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Faça um pitch de investimento
Em segundo lugar, um pitch de investimento é uma comunicação rápida para investidores que busca mostrar por que a startup merece receber um aporte.
Um pitch de investimento costuma ter:
-Descrição geral da empresa (missão, visão, valores);
-Descrição do produto;
-Análise da concorrência;
-Diferenciais da sua solução;
-Detalhes do time;
-KPIs;
-Metas e objetivos;
-Descrição do que será feito com o investimento;
-Entre outros.
Defina metas e estratégias
Em seguida, além de suas metas como empresa, também define metas de investimento. Algumas metas possíveis são: quantidade de reuniões por trimestre, quantidade mínima de oportunidades de negócio, quantidade de desafios inscritos por mês, entre outros.
Prospecta investidores
Por fim, “vá vender o peixe!”. Busque fazer parte de incubadoras, aceleradoras e participar dos desafios lançados pelas grandes empresas. Use o LinkedIn para se aproximar de investidores e faça parte dos programas deste ecossistema.
Sócios Complementares
O investidor vai olhar primeiro para quem são as pessoas por trás do produto, pois ele estará confiando o dinheiro dele às pessoas. E se essas pessoas não forem capazes de executar o negócio e tomar as decisões necessárias para fazer esse dinheiro retornar com lucro no final do dia, quem seria louco de queimar dinheiro?
Pode-se ouvir falar em investimento de impacto, em causar mudança e tudo mais. Mas o objetivo principal de um investidor é retornar seu investimento multiplicado por pelo menos 10x. Ele está investindo em uma startup, algo extremamente volátil e de alto risco, então esse risco precisa ser compensado, se não ele estaria investindo em ações na bolsa ou imóveis.
Product Market Fit
Chegou a hora de encontrar o Product Market Fit (encaixe do produto no mercado). E é claro que o investidor vai querer saber se o PMF foi encontrado, porque ele é a primeira causa no ranking de mortalidade das startups, ou seja, o principal motivo pelo qual 9 em cada 10 startups falham no mundo: criam um produto que as pessoas não querem e consequentemente não se torna um negócio viável.
Você pode descobrir o seu construindo MVPs e validando sua ideia de negócio. O mais importante agora é você entender se encontrou o PMF ou não, pois se não encontrou, volte e faça sua lição de casa antes de apresentar seu negócio para um investidor.
Perguntas a responder para construir o PMF:
- 40% dos seus usuários (pessoas que já usam seu produto) ficariam desapontadas se ele não existisse?
- Seu modelo de negócios foi validado e é escalável e lucrativo?
Se a resposta for sim para ambas as perguntas, você atingiu – ou está muito próximo – de atingir o PMF.
Conclusão
Em suma, conquistar investimento pode ser importante para escalar a sua startup. Com bons aportes, sua empresa pode virar o novo “unicórnio” (empresas com mais de R$ 1 bi de valor de mercado).
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