Startups são empreendimentos com grande potencial de crescimento que ajudam a transformar o mercado. Porém, criar uma startup possui diversos desafios que precisam ser superados. Por isso, é muito importante os empreendedores entenderem e estudarem a fundo como criar uma startup do zero.
Neste conteúdo vamos dar dicas valiosas sobre como criar uma startup do zero. Os principais obstáculos a se superar e as oportunidades que você pode aproveitar. Se você ainda não compreende bem o que é uma startup, também iremos explicar com mais detalhes. Vamos lá!
O que é uma startup?
Startups são empreendimentos com grande potencial de crescimento. Nascem para correr riscos e para resolver dores importantes de um determinado segmento do mercado. Por isso, não raramente, startups transformam a maneira pela qual o mercado ou até mesmo como a sociedade funciona. As startups que obtém sucesso viram unicórnios (empresas que valem mais de R$ 1 bilhão) e conquistam grande relevância.
Por isso, startups são empresas que não se contentam com pouco. Elas estão constantemente planejando formas de crescer e alavancar sua operação em receita, volume e intensidade. Não à toa, o destino da maioria das startups costuma ser apenas dois: receber investimento e ser vendida para grandes grupos empresariais ou ir à falência. Para as startups, não existe a opção de permanecer estável e pequena.
Startups também tendem a ser escaláveis e replicáveis. Ou seja, empresas que crescem mantendo uma estrutura inalterada de despesas, ao passo em que podem replicar seu modelo de negócio para toda uma região, para o país ou até mesmo para o mundo inteiro.
Como criar uma startup do zero?
É claro que, como todo negócio de sucesso, seguimos sempre evoluindo e aprimorando nosso método. Ainda assim, nós identificamos 5 passos básicos que são essenciais para como criar uma Startup.
As etapas são baseadas no método Lean Startup do Eric Ries. Aliás, várias das Startups que são clientes do Ideia no Ar passam pelas fases abaixo:
1. Ideação
Toda startup nasce de uma boa ideia. Quer dizer, pelo menos, uma aparente boa ideia. A ideação é a concepção do negócio. Ela envolve a percepção dos empreendedores de que aquela ideia pode solucionar a dor de um mercado, gerar valor e escalar a empresa até ela se tornar extremamente lucrativa.
Nesta etapa, diversas hipóteses são formuladas. Empreendedores e a equipe discutem, ainda no campo hipotético, quais os potenciais e as limitações do conceito a fim de delinear melhor o produto e testá-lo com mais eficácia uma vez que a ideia esteja bastante definida.
2. Visão do produto
O primeiro passo, ao contrário do que muitos imaginam, não é definir o modelo de negócio da Startup, nem criar o Canvas e muito menos desenvolver um MVP (Mínimo produto viável).
Antes de tudo, é preciso realizar as primeiras validações do negócio. Para auxiliar neste processo, utilizamos o quadro de visão de produto. Ele captura a visão e a estratégia macro do produto ou serviço da sua Startup. É isso que vai orientar as primeiras validações do negócio e também fornecer a base para a criação do Canvas e do modelo de negócio.
O quadro é dividido em 5 áreas. Ele é preenchido de acordo com as hipóteses iniciais que o empreendedor define para seu negócio, sendo elas:
Visão: resumo da intenção e motivação que o empreendedor tem para o produto/serviço;
Público-Alvo: segmento de mercado, quem o produto beneficia, quem são os clientes e usuários;
Necessidades: proposta de valor, problemas e dores que o produto elimina e benefícios que cria para os clientes e usuários. Deixar claro porque as pessoas querem usar e comprar o produto;
Produto: resumo das 3 ou 5 funcionalidades que destacam o produto e são críticas para o sucesso. Se relacionam com a proposta de valor e resolvem as necessidades identificadas. Não é o momento para listar várias funcionalidades, isso será feito em uma etapa futura;
Valor: valor interno para a Startup, porque ela tem interesse em investir no produto, o que ela espera de retorno. Especificar os ganhos esperados para o negócio. Por exemplo, aumentar receita, entrar em novo mercado, reduzir custos, desenvolver a marca, adquirir conhecimentos, etc.
Depois de preencher o product vision board, o empreendedor deve ir para a rua validar as hipóteses levantadas. Afinal, como já disse Steve Blank: “Get out of the building!”.
3. Modelo de negócios
O próximo passo de como criar uma Startup é definir a primeira versão do seu modelo de negócios. Porém, apenas após ter escutado seus possíveis clientes e validado as hipóteses iniciais definidas.
Inclusive, a melhor maneira de fazer isso é utilizando o Canvas. Para quem ainda não conhece, ele é uma ferramenta de construção de modelos de negócio. Essa ferramenta une, em apenas uma folha, os principais aspectos de um empreendimento.
O Canvas foi criado por Alex Osterwalder e popularizado no livro Business Model Generation. Inclusive, essa é uma leitura obrigatória para empreendedores que querem criar uma Startup.
O Canvas é um tipo de resumo de hipóteses sobre várias áreas do negócio. Por isso, nessa etapa, já temos novas hipóteses para serem validadas com os clientes e usuários. Mas, lembre-se que o foco é validar o encaixe da sua solução no mercado. Ou seja, verificar se os clientes realmente precisam da solução oferecida.
Dica: baixe já o modelo de canvas para a criação de marketplaces!
4. Validação da solução ou MVP Concierge
Depois de definir e validar algumas hipóteses com a Visão do Produto e o Canvas, chega a hora de validar a solução proposta. Porém, ela pode nem existir ainda. Em muitos casos, o aplicativo ou site do empreendedor ainda não está pronto. Isso é normal e não precisa ser um problema.
No início, o recomendado é oferecer sua solução fazendo de forma “manual” aquilo que o seu site ou aplicativo faria de forma “automática”. É preciso colocar sua solução no mercado, mesmo que ela não esteja completa. Inclusive, em pelo menos 97% dos casos há como validar sua solução sem ter um site ou aplicativo desenvolvido. Isso é o que chamamos de MVP Concierge.
Nesta etapa de como criar uma Startup, o fator crítico é pensar em como sua solução pode ser oferecida dessa maneira. Por exemplo, existem Startups que fazem MVPs por: Facebook, blogs, Landing Pages, Whatsapp, telefone e até pessoalmente. No caso de um marketplace, pode ser vantajoso criar um grupo no Facebook.
Além disso, neste estágio é importante que o empreendedor já comece a monetizar. Isso é possível porque o foco do momento é encontrar os early-adopters ou “adotantes iniciais”. Esse tipo de cliente costuma pagar por uma solução mesmo que ela esteja incompleta, pois acredita na proposta de valor.
5. Time
Chegou o momento de contratar os seus colaboradores. Normalmente, startups começam com uma equipe enxuta (a não ser que recebam investimentos já na etapa de ideação ou delimitação do modelo, o que também pode acontecer). Os primeiros profissionais a serem contratados são justamente os cabeças dos times.
Como a startup ainda possui uma equipe muito enxuta, estes profissionais também irão desempenhar funções operacionais. Contudo, à medida que o time cresce, a tendência é que estes colaboradores passem a assumir cargos de liderança. Nas startups, os primeiros profissionais a compor o time costumam ser:
- CEO e COO (se houver);
- Head de recursos humanos;
- Head de Growth (vendas, marketing e comunicação);
- Head de produto ou desenvolvimento (profissional de TI);
- Analistas operacionais (profissionais que atuam na execução do modelo de negócio);
- Head de financeiro;
- Entre outros.
Com o crescimento da receita, a equipe pode ser expandida tanto horizontal como verticalmente.
6. Sócios(as)
Quase todas as startups começam tendo como sócios os idealizadores do negócio. Ou a pessoa que teve a ideia do empreendimento associada a um amigo, parente ou apoiador próximo. Contudo, à medida que o negócio cresce, mais pessoas podem fazer parte deste cap table.
Os sócios dividem os riscos e os frutos da startup. Com o desenvolvimento do empreendimento, aportes de investimentos externos devem chegar e a estrutura societária da empresa deve sofrer alterações.
7. Personas e público-alvo
Um ponto muito relevante de como criar uma Startup é conhecer seus clientes. Você precisa entendê-los, saber seu perfil, necessidades, problemas e expectativas.
Na construção do Canvas, o empreendedor já definiu seu segmento de clientes, ou seja, seu público-alvo. Mas, essa ferramenta não permite que você defina muitos detalhes a respeito desses clientes. É por isso que você deve usar uma ferramenta específica para desenvolver personas.
Dica: Baixe aqui o modelo gratuito de criação de personas do Ideia no Ar.
Nesta etapa, você deve definir em mais detalhes quem é o cliente, qual é sua idade, o que ele faz durante o dia e quais são os objetivos e expectativas dele com a solução oferecida. Todos esses detalhes ajudam a entender melhor os usuários. Dessa forma, você pode descobrir novas funcionalidades ou descartar as que não interessam aos seus clientes.
8. Construção do MVP
Apenas depois de passar pelas etapas anteriores, chega a hora de começar a pensar na construção do seu MVP ou Mínimo Produto Viável. Nessa fase, você já deve ter aprendido muito sobre o seu negócio, por meio das validações. Por isso, já é possível criar um MVP que realmente faça sentido para os usuários finais.
Ao seguir estes 5 passos de como criar uma Startup, os empreendedores evitam construir um MVP ou funcionalidade sem utilidade. Dessa forma, há uma enorme economia de tempo e de dinheiro.
Aqui, o MVP vem apenas para automatizar o trabalho e aumentar a escala de clientes ou usuários atendidos. Afinal, é esperado que a Startup já esteja funcionando e faturando, mesmo que de forma reduzida e manual.
Fonte: Jeff Carter
9. Branding
Um ponto de grande importância em como criar uma startup é o desenvolvimento de uma marca forte. O branding faz a diferença para as startups porque, via de regra, são empresas com um propósito maior do que apenas ganhar dinheiro: startups querem também transformar o mercado e melhorar a vida das pessoas, tal como uma missão maior.
Por isso, é preciso o desenvolvimento de uma marca única, chamativa, atrativa, moderna e que principalmente converse com o público-alvo. O branding irá diferenciar a startup em relação à concorrência e fazer com que ela crie um sentimento de empatia em relação ao público.
10. Análise de resultados e métricas
No princípio, a startup faz a sua ideação, cria o MVP e começa a colocar o negócio para rolar. Depois da validação do modelo de negócio, do processo de escala e dos primeiros investimentos, mudanças podem impactar a operação da startup. Novos desafios, movimentações da concorrência, oportunidades de negócio, entre outros fatores.
Todas estas movimentações poderão ser identificadas por meio dos resultados e das métricas da startup. É preciso monitorá-las e verificar sua assertividade a todo o tempo, de maneira estrategicamente planejada. Para tanto, é também fundamental utilizar ferramentas de Business Intelligence (BI) que ajudam a startup a gerar dados sobre sua própria operação e analisar dados reais, precisos e atualizados.
11. Atrair investimento
Uma startup bem sucedida sempre recebe investimentos. Estes investimentos podem vir de diversas formas:
- Investidor Anjo: investidor individual que investe dos próprios recursos e adquire parte da startup. Se o negócio for lucrativo, no futuro o Anjo vende sua parcela e obtém lucros. A experiência do investidor também costuma ser um apoio à empresa.
- Investimento de Série A, B, C, etc: investimentos de maior volume realizados por fundos ou por investidores individuais. Pode ou não ter a compra de parte da sociedade. Se não houver venda de equity, a startup se compromete a pagar o valor do investimento acrescido de juros.
- Aceleração: programas de investimento que, além do aporte financeiro, também oferecem mentorias e redes de networking.
- Crowdfunding: financiamento coletivo por clientes ou por apoiadores do modelo de negócio.
- Venture Capital: grandes corporações que investem em capital de risco nas startups para o desenvolvimento de novos projetos.
- Entre outros.
12. Escala
A escala é um dos últimos pontos do ciclo de sucesso de uma startup. Em síntese, a escala significa o crescimento acelerado, o momento de expandir o negócio com apoio de investimentos e fazer o tamanho da empresa se multiplicar dezenas ou até centenas de vezes.
Mas, para isso, alguns pontos precisam ter sido alcançados. A startup precisa:
- Ter dívidas controladas;
- Ter modelo de negócio consolidado;
- Padronizado procedimento de vendas;
- Ter equipe capacitada;
- Produto/serviço desenvolvido e com clientes pagantes;
- Branding bem definido;
- Preferencialmente ter recebido investimento externo.
Qual o custo para criar uma startup?
A resposta para esta pergunta é: depende. Empreender sempre tem seus custos. Mas, no caso de uma startup, os custos nem sempre são financeiros, haja vista que o empreendimento pode receber investimentos externos de apoiadores que estão dispostos a correr riscos com seus aportes.
O custo da startup irá depender do modelo de negócio que ela desempenha. Leva em conta o custo operacional, a quantidade de funcionários necessários para a operação inicial, as tecnologias já em uso ou que deverão ser desenvolvidas, o know-how necessário para colocar o empreendimento na prática e muitos outros fatores.
Contudo, provavelmente será necessário ao menos R$ 70 mil para transformar uma ideia em uma startup em estágio inicial.
Conclusão
Startups são muito importantes para a nossa economia. Elas representam a inovação do nosso mercado e a melhoria da qualidade de produtos e serviços que já utilizamos. Porém, o investimento em startups exige estratégia, resiliência e muito planejamento. Esperamos que este conteúdo tenha sido útil para você entender a fundo como criar uma startup do zero.
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