Criar um MVP ou Produto Mínimo Viável da sua startup é fundamental. Isso porque não são raras as histórias de empreendedores que partiram para a ação, mas se esqueceram desse detalhe. Assim, muitos acabam investindo tempo e dinheiro para lançar seu produto, porém não se atentam a primeira etapa: validar a sua startup.
Neste artigo, vamos te explicar o que é um MVP e como utilizar essa ferramenta para validar a sua proposta de valor antes de desenvolver um produto perfeito, em escala comercial. Você também vai conhecer alguns exemplos de MVPs de sucesso.
Sumário
1- O que é um MVP ou mínimo produto viável?
2- Para que serve um MVP?
3- Quais são as características do MVP?
4- MVP é útil só para startups?
5- Tipos de MVP
6- Exemplos de MVP de sucesso
7- Como criar um MVP ou mínimo produto viável?
8- Conclusão
O que é um MVP ou mínimo produto viável?
O MVP (Minimum Viable Product) ou Mínimo Produto Viável em português, é uma forma de montar e testar as ideias iniciais do seu negócio. Existem diversos tipos de MVP mas, em geral, o objetivo é o mesmo. Aliás, o MVP foi utilizado por várias startups que hoje são referência no mercado.
Esse conceito foi criado, assim como a ideia de Lean Startup, por Eric Ries, que propôs o MVP como uma forma de prevenir gastos precipitados. Afinal, esse método testa a aceitação do produto ou serviço antes mesmo dele ser lançado.
É por isso que o MVP é tão vantajoso para as startups, pois elas têm pouco investimento e uma ideia inovadora para o mercado. Contudo, esse conceito não abrange só as startups. Qualquer empresa, grande ou pequena, pode e deve utilizar o Mínimo Produto Viável.
Para que serve um MVP?
Um MVP pode ter diversas finalidades dentro de uma empresa. Isso irá depender do modelo de negócio, do produto/serviço a ser desenvolvido. Mas, em geral, o MVP serve principalmente para:
- Validar um modelo de negócio: um MVP pode ser útil para entender se aquele produto de fato é útil para resolver as dores que pretende sanar. Em muitos casos, pode-se descobrir que não e isso exige alterações no planejamento.
- Conhecer melhor o mercado: uma ideia pode ser perfeita em sua cabeça. Contudo, ao colocá-la a prova, é provável que o mercado tenha outros desafios que você talvez não tenha considerado.
- Conquistar parceiros: tem um bom MVP, mas precisa de uma parceria para colocá-lo em prática? O MVP também pode ser exatamente o cartão de visitas de um novo negócio, útil para fechar as parcerias para escalar o empreendimento.
- Obter investimentos: muitos investidores de risco “compram” ideias ainda no estágio de MVP. Naturalmente, isso inclui riscos para todos os envolvidos, entretanto, o MVP pode ser a sua porta de entrada para o aporte de investimentos.
Quais são as características do MVP?
O conceito “Mínimo Produto Viável” define bem o que se espera de um MVP.
Em primeiro lugar, ele precisa ser factível. Precisa ser claro em responder algumas perguntas, tais como:
- Para que serve?
- Que dor atende?
- Como resolve a dor?
- A quem se destina?
- Quais os custos de produção ou operação?
- O que tem de inovador?
- Qual o tamanho do mercado?
O MVP também precisa ser escalável. Haja vista que falamos de um produto “mínimo”, precisa estar muito claro para o empreendedor/investidor o que é necessário para tornar aquele produto inicial em algo que possa realmente ser vendido para o mercado.
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MVP é útil só para startups?
Não! Na verdade, qualquer empresa, de diferentes modelos de negócio, pode criar MVPs para sua operação. Sempre que um empreendimento irá testar ou desenvolver um novo produto, é bacana colocar um MVP à prova para entender se realmente faz sentido investir mais. É muito arriscado inovar no mercado já em escala comercial.
Isso acontece muito em empresas do ramo dos softwares, mesmo as que não são ou já deixaram de ser startups. Sempre é lançada uma versão beta de novos programas ou jogos para o público. Muitas vezes, sem custo algum. O usuário testa a versão e deixa seus feedbacks. Isso é uma forma de MVP.
Tipos de MVP
Até sem precisar programar nenhuma linha de código, você consegue colocar sua ideia em operação e começar a lucrar. Aliás, diversas empresas, que hoje são gigantes da tecnologia, começaram com um MVP simples. Abaixo, vamos te mostrar os dois principais tipos de mínimo produto viável que você pode usar para validar sua startup:
MVP Concierge
O MVP Concierge consiste em você, empreendedor(a), realizar o serviço do MVP de forma manual. Inclusive, esse nome “Concierge” remete a um Concierge de hotel, já que esse tipo de MVP te guia e te fornece uma atenção personalizada.
Com o serviço manual, há a diminuição da complexidade dos processos. E, se a sua ideia de startup for um produto ou serviço digital, com o MVP Concierge, você nem sequer necessita de um programador ou alguém da área de TI. Mas lembre-se que ele tem uma escalabilidade limitada, por conta de toda atenção individual que você terá que dar aos seus clientes.
Viu só? É possível usar o mínimo produto viável Concierge para validar sua solução e ainda iniciar o faturamento sem precisar saber programar.
MVP Funcional
O MVP funcional utiliza a tecnologia para automatizar os processos. Então, nesse caso, é necessário ter um profissional responsável pela programação.
O ideal é que no início você comece com um MVP Concierge. E, só depois de ter validado sua proposta, você automatiza o processo. Afinal, utilizar um MVP automatizado pode trazer várias vantagens para a sua startup.
Lembre-se que o intuito é sempre melhorar seu produto e automatizando os processos você aumenta a sua escalabilidade. Mas, apesar da automatização, não se esqueça de continuar validando as funcionalidades do seu produto.
MVP Mágico de OZ
O MVP Mágico de Oz é muito utilizado no desenvolvimento de softwares e se assemelha ao MVP Concierge. Contudo, enquanto o Concierge é quase totalmente administrado manualmente, no MVP Mágico de OZ, os clientes já podem contar pelo menos com a interface da solução pronta.
Ou seja, pode-se entender os aspectos de UX/UI da solução, ao mesmo tempo em que é possível executar funções básicas. Entretanto, sempre que o cliente precisar de alguma automação, a ação será na verdade realizada de maneira manual.
MVP Protótipo
O MVP Protótipo é mais utilizado no desenvolvimento de produtos físicos de maior complexidade, tais quais smartphones, automóveis, eletroeletrônicos e similares. Aqui, a empresa monta um exemplar de seu novo produto (simplificado ou não) e o submete ao teste dos usuários. A interação entre usuário e protótipo é detalhadamente analisada.
É muito comum que o produto final seja totalmente destoante do protótipo. E isso acontece justamente porque o contato preliminar com os usuários ajuda a moldar melhor as soluções oferecidas pela startup. De brinde, a gente ainda consegue conhecer alguns protótipos bizarros que não foram “para frente”.
MVP Duplo
Já ouviu falar em teste A/B? É uma metodologia de testagem na qual dois produtos ou serviços similares são testados ao mesmo tempo com a mesma metodologia. A opção que tiver melhores resultados é “a vencedora” e continua em desenvolvimento.
É exatamente isso que acontece no MVP duplo. Empresas lançam dois MVPs simultaneamente e analisam qual deles teve os melhores resultados. Assim, pode-se aprimorar um produto mais assertivo, reduzindo custos.
Exemplos de MVP de sucesso
Agora, você já sabe que é possível criar uma startup entendendo um pouco de programação. Mas quais são os exemplos de startups reais que validaram suas ideias com um mínimo produto viável simples? Abaixo vamos te mostrar algumas:
O Facebook surgiu em 2004 e, na época, se chamava Thefacebook. Quando surgiu, a rede social não tinha tantos recursos como tem hoje em dia. Mas isso não foi um empecilho para o seu crescimento. Muito pelo contrário, atualmente, o Facebook é umas das mídias sociais mais utilizadas no mundo.
Seu MVP era um modelo básico do produto, com funcionalidades mínimas. Os testes foram realizados com um grupo pequeno de usuários iniciais. Com um MVP simples, o Facebook expandiu e, em 2006, abriu oficialmente para além do uso nas universidades de Stanford, Columbia e Yale.
No início, o Twitter era uma plataforma com mínimo produto viável extremamente simples, inspirada no sistema de SMS. Ele era um modelo prático que baseava o login no número do celular que seria usado para digitar as mensagens disparadas.
Os desenvolvedores perceberam o potencial que o Twitter tinha e, por isso, a ferramenta de comunicação conquistou vários usuários. Assim, com o tempo, a programação do site foi se tornando cada vez mais sofisticada.
Groupon
O desenvolvedor do marketplace Groupon, no início, postava as promoções manualmente. Dessa forma, quando alguém se inscrevia em uma oferta, a equipe gerava um documento PDF e enviava por e-mail.
Ou seja, com um MVP extremamente prático, os criadores conseguiram testar se havia mercado para o serviço oferecido.
Dropbox
O Dropbox produziu um MVP em vídeo para receber o feedback dos clientes e comprovar se a sua solução era aceita. A hipótese a ser testada era se as pessoas comprariam o produto caso ele proporcionasse uma experiência superior a dos concorrentes.
O vídeo produzido era bem simples e tinha apenas 3 minutos. Ele era direcionado aos adotantes iniciais, pessoas amantes da tecnologia. O objetivo era mostrar as funcionalidades básicas do produto e acabou dando muito certo. Atualmente, a empresa é referência na sua área de atuação.
Apple
Quase todos os produtos que a Apple já lançou em sua trajetória tiveram MVPs testados à exaustão. Pouca gente sabe, mas foi a Apple que lançou o primeiro mouse para computador, nos anos 1980. Embora o conceito tenha sido desenvolvido pela Xerox, foi a Apple que fez um MVP mais assertivo, desenvolveu o produto e o colocou em escala industrial.
O iPhone, antes de ser lançado, também teve diversos MVPs. Um dos mais “bizarros”, criado para o teste de desenvolvedores, envolvia um protótipo de iPhone soldado a uma placa com 10 vezes o seu tamanho. Nessa placa, haviam conexões de rede, vídeo e áudio nas quais os engenheiros poderiam entender melhor os acertos e falhas do produto.
Como criar um MVP ou mínimo produto viável?
Você já conheceu alguns exemplos de mínimo produto viável de sucesso, mas como colocar isso em prática no seu negócio? Veja algumas dicas:
1. Entenda a dor/desejo do seu cliente
Um dos primeiros passos para criar um MVP é entender qual é a dor ou desejo do seu cliente. Com isso, você consegue pensar em qual solução sua startup irá propor.
É essencial entender os problemas que seus possíveis clientes têm. Caso contrário, não faz sentido desenvolver alguma coisa sem entender as necessidades das pessoas.
2. Defina a Persona
Outro ponto muito importante, para criar seu MVP, é conhecer bem os seus clientes. Você precisa entendê-los, saber seu perfil, necessidades, problemas e expectativas. Não basta só pensar no que seu cliente deseja, você precisa entendê-lo por completo.
Ao entender o desejo do seu cliente, você já deu um passo na direção correta. Mas definir a sua persona permite que você entenda muitos outros detalhes a respeito desses clientes.
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3. Estabeleça as principais tarefas do seu MVP
O próximo passo é definir as tarefas do seu MVP. Você deve planejar e delimitar quais hipóteses do seu negócio precisam ser validadas pelo mínimo produto viável.
Para isso, é necessário desenhar a jornada do usuário. Elabore um passo a passo do que o seu MVP deve conter, como um tipo de script.
Você pode, por exemplo, utilizar o Job To Be Done (JTBD). Uma ferramenta para analisar as circunstâncias que levam os consumidores a quererem comprar determinado produto ou serviço. Isso pode te ajudar a entender melhor a jornada do seu cliente. Assim, você compreende quais são as motivações dele para adquirir ou não a sua solução.
4. Crie o seu MVP de forma ágil e barata
Lembre-se que o MVP é algo inicial, feito com mínimos recursos. O objetivo aqui é testar se a sua solução satisfaz o desejo do cliente. Por isso, deixe o perfeccionismo de lado. Atente-se a entregar valor para o cliente, mas não em entregar um produto perfeito.
Por isso, seu MVP deve ser lançado de forma rápida e barata. Algumas formas de fazer isso são por meio de:
Landing Pages
Uma landing page é um site web que tem o objetivo vender um produto ou serviço. É na landing page que você coloca seu discurso de venda, como funciona seu produto ou serviço, quanto ele custa e coleta os dados de pessoas interessadas em contratá-lo (Leads).
Para criar uma Landing Page de forma ágil, sem saber programação e design, há várias ferramentas por aí. Uma delas é o www.launchrock.com.
Ela é um ótimo teste de MVP, pois você pode ofertar algo que ainda não está pronto. Lembre-se de usar sua criatividade e de não gastar muito nessa fase. Se for fazer anúncio, que seja de R$50 até R$100, mas use canais de baixo custo.
Redes sociais
Essa ferramenta você, com certeza, já conhece. Mas como fazer um MVP com ela?
Os grupos de compra e venda no Facebook, por exemplo, são uma ótima forma de criar um MVP. Já que eles conectam pessoas interessadas em resolver um problema de comprar algo mais barato e de vender algo que está encostado e não seria vendido, tudo isso de forma ágil.
E o criador do grupo tem vários usuários para coletar o feedback, verificar qual foi a experiência e depois sugerir às pessoas que acessem um site ou app para fazer isso de uma maneira ainda melhor.
Formulários Online
Os formulários customizados também são uma forma de criar um MVP ágil e barato. Você pode utilizar essa ferramenta junto com a landing page, definindo os campos que seu cliente precisa informar para solicitar um serviço.
Para criar seu MVP, por meio de formulários online, você pode usar o Google Forms ou TypeForm.
Loja Integrada
A plataforma Loja Integrada também pode ser uma solução para lançar um mínimo produto viável barato e rápido. Se você tiver uma ideia de marketplace, você pode usar essa ferramenta para já começar a vender online os produtos dos seus fornecedores. Mesmo que não seja ainda a solução definitiva, mas sim temporária.
O custo-benefício da Loja Integrada é muito bom, sendo uma solução que cabe no orçamento dos empreendedores. Ela também é prática e possui diversas funcionalidades. Porém, é importante assim validar o seu negócio, evoluir para uma plataforma de marketplace, com split de pagamento, para evitar bitributação nas suas vendas.
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5. Mensure os resultados
Por fim, você precisa avaliar os resultados. Para isso, você pode utilizar o Ciclo de Feedback. Ele consiste em um processo de três etapas: construir, medir e aprender.
O primeiro passo é identificar o nicho de mercado e construir uma solução na forma de MVP. Então, mensurar os resultados do produto ou serviço oferecido, com base no feedback dos clientes. Em seguida, é preciso avaliar os erros e construir algo melhor. E assim sucessivamente.
Ou seja, diante das respostas obtidas, você deve fazer ajustes e repetir o ciclo de feedback com frequência. Talvez, você precise apenas incrementar a solução ou até mudar todo o modelo de negócios.
Conclusão
Muita gente pensa que MVP é um produto perfeito, funcional, mas com menos funcionalidades. Acredito que você entendeu que não é bem isso, né?
Faça um MVP de verdade, entregue a proposta de valor da sua startup utilizando ferramentas existentes e confirme se a sua solução realmente resolve um problema real. Assim, você conseguirá ter um startup de sucesso e logo poderá faturar com ela.
Sem essa validação, você pode construir o produto mais perfeito do mundo, com os melhores profissionais, captar e gastar um investimento milionário. Mas, no final do dia, o negócio pode falhar, porque você não está conseguindo resolver o problema do seu usuário.
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