Quem vai abrir um novo negócio digital às vezes se coloca diante de uma dúvida: em qual modelo de empreendimento devo investir? Marketplace ou SaaS são dois modelos bastante visados hoje em dia, mas que atendem a demandas diferentes. Neste conteúdo falaremos mais sobre estes dois tipos de negócio digital.
Você poderá entender o que é Marketplace, o que é SaaS, as vantagens e desvantagens de cada um, suas principais características e como eles podem inclusive serem combinados. Acompanhe conosco!
O que é Marketplace?
Marketplace é um modelo de negócios usado em Startups, que conecta uma oferta com uma demanda, e monetiza com essa conexão entre as partes.
O Marketplace pode conectar prestadores de serviços com clientes finais (Marketplace de Serviços), ou lojistas que vendem produtos com clientes finais (Marketplace de Produtos), e pode ser basicamente B2B, B2C e C2C.
Este formato de empreendimento é considerado a evolução do e-commerce. Afinal, uma loja virtual ou e-commerce tradicional vende produtos de apenas um fornecedor. Já o marketplace é como um verdadeiro shopping online, oferecendo itens de diversas marcas e modelos em um só lugar.
Isso permite que os marketplaces alcancem um grande público e apresentem uma alta escalabilidade e lucratividade.
Em resumo, a sua ideia de startup se encaixa no modelo Marketplace quando você estiver conectando duas pontas para resolver o problema do usuário.
Exemplos de marketplace
Não faltam exemplos de muito sucesso no mercado quando o assunto é marketplace. As maiores startups do mundo adotam esse modelo, por ele ser extremamente lucrativo e escalável. Certamente você conhece a maioria das marcas que vamos mencionar adiante:
- Uber, um marketplace de serviços que conecta passageiros e motoristas.
- Airbnb, o maior marketplace de aluguel, que utiliza a ideia da economia colaborativa.
- eBay, um dos maiores marketplaces de compra e venda.
- Amazon, a empresa gigante do mercado de marketplace.
- Mercado Livre, focado inicialmente no comércio C2C.
- AliExpress, marketplace do grupo Alibaba.
- Enjoei, plataforma do nicho de moda, com foco em artigos de segunda mão.
- GetNinjas, marketplace para contratação de produtos e serviços.
- OLX, direcionada ao público C2C.
- Shopee, plataforma asiática que chegou ao Brasil em 2019.
- Shein, marketplace do nicho de moda.
- Dafiti, também atuante na área da moda.
- Netshoes, que iniciou como um e-commerce comum mas expandiu para marketplace.
- Doctoralia, plataforma de serviços direcionados à saúde.
- Entre outros.
O que é um SaaS?
O termo SaaS significa Software as a Service, que em português claro, seria um sistema oferecido como serviço na nuvem, para resolver um determinado problema do usuário.
Um modelo de negócio baseado em SaaS, é praticamente um software autônomo, que recebe uma interação do usuário e devolve uma resposta, automatizando processos que teriam que ser feitos manualmente.
Para você entender melhor, pense no ContaAzul, que é uma startup de SaaS que oferece um ERP na nuvem para gestão da empresa. No ContaAzul, o pequeno empresário pode administrar suas contas a receber, contas a pagar, fluxo de caixa, conciliação bancária, entre outras atividades que se fossem feitas manualmente, demandaria muito tempo e esforço para controlar no papel, ou em uma planilha em Excel.
Mas como o Conta Azul é um SaaS, ele funciona totalmente online na nuvem, e facilita todos esses processos, através de algoritmos programados que respondem conforme os dados que o usuário informa.
Normalmente o SaaS opera em um modelo de cobrança por assinatura, para que você tenha acesso ao sistema e seus benefícios enquanto estiver pagando uma mensalidade para usar.
Com isso, uma alternativa é você começar com um modelo de Marketplace usando uma plataforma pronta para validar as dores do seu mercado, e depois construir um SaaS com base nas necessidades que você identificou e que podem ser resolvidas de forma sistemática através de um sistema automatizado e autônomo (SaaS).
Dessa forma você pode ter um modelo híbrido, chamado de SaaS enabled Marketplace, ou seja, um SaaS que também tem um componente de marketplace embutido no modelo de negócios.
Exemplos de SaaS
O SaaS é um modelo de negócio que pode ter um funcionamento bastante específico, mas que também faz bastante sucesso com grandes players no mercado.
Além do Conta Azul, que já mencionamos no tópico anterior, o próprio Ideia no Ar é um SaaS para criação de marketplaces. Também temos outros exemplos de SaaS que usamos no dia a dia, tais como:
- Gmail;
- Evernote;
- Trello;
- Netflix;
- Aplicativos de Banco;
- Criadores de Site (Wix, WordPress, etc);
- Hospedagem (AWS, Drive, Dropbox);
- Entre outros.
SaaS enabled Marketplace
Várias startups começam como Marketplace e depois criam um SaaS para complementar seu modelo de negócios. Outras começam pelo SaaS e depois incluem um Marketplace.
Independente da ordem como é feito, o fato é que os dois modelos de negócios, apesar de extremamente diferentes, se complementam em vários pontos. Isso porque o marketplace é uma forma de criar uma barreira de entrada para novos competidores.
Para você ter um exemplo, pense na base de motoristas e clientes que o Uber conseguiu conquistar no seu negócio. Essa rede de usuários e fornecedores é um grande ativo do negócio, que dificulta a entrada de concorrentes nesse mercado, pois exige um investimento alto para bater de frente com o aplicativo e conquistar os usuários dele.
Além de proteger a empresa contra a concorrência, este tipo de startup também consegue uma fonte secundária de receita. Ainda que ela possa não ser tão significativa quanto a fonte principal, esta expansão pode ser realizada a baixos custos e potencializar os resultados.
Exemplos de SaaS enabled Marketplace
Neste contexto nós temos alguns exemplos startups, como a RockContent. Eles são um SaaS enabled Marketplace, pois conectam Redatores de Conteúdo com Empresas (Marketplace) para a criação de uma estratégia de marketing de conteúdo, mas também possuem um sistema para análise de resultados e gestão automatizada dos conteúdos publicados (SaaS).
Outro exemplo é a Gympass, uma startup que já se tornou unicórnio. Ela oferece uma plataforma para que empresas ofereçam a seus funcionários atividades físicas e de bem estar como benefício. Ao mesmo tempo, ela conta com uma rede de academias, estúdios e outros empreendimentos que prestam estes serviços. Para as empresas clientes, ela é SaaS. Para as academias, é marketplace.
E uma Rede Social?
Redes sociais têm características que as assemelham a um SaaS: os usuários criam contas e utilizam as plataformas de maneira recorrente. Contudo, são modelos essencialmente diferentes. Especialmente porque na maioria das redes sociais os usuários não são a principal fonte de receita do negócio.
Redes como Twitter, Facebook, Instagram e Linkedin capitalizam a partir de anúncios e da venda de dados dos usuários a outros empreendimentos interessados.
Vantagens e Desvantagens
Vamos refletir um pouco melhor sobre as vantagens e as desvantagens de cada modelo. Veja só:
Marketplace
As vantagens do Marketplace é que você apenas conecta a oferta com a demanda, e a responsabilidade da entrega do produto ou serviço é do vendedor e não do Marketplace – embora você possa atuar para tornar a logística mais eficiente. A responsabilidade do Marketplace é atrair clientes finais e prezar pela curadoria da qualidade dos vendedores cadastrados.
Outra vantagem do marketplace é que esse modelo exige menor investimento em plataforma para você começar a operar, pois existem plataformas prontas de Marketplace como o Ideia no Ar, que facilita o lançamento do seu negócio de forma simples, rápida e barata.
A desvantagem, entretanto, é que esse modelo de negócio demanda maior esforço de contato com os clientes, pois você tem 2 tipos de stakeholders para conquistar: os usuários finais (compradores) e os vendedores.
É necessário cuidar muito bem de ambos, mantendo um equilíbrio entre a quantidade/qualidade de vendedores e a quantidade/satisfação de usuários finais. Também há o desafio de oferecer taxas, comissões e práticas financeiras que mantenham o negócio competitivo e dando lucro.
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SaaS
O SaaS, por sua vez, tem como uma vantagem o fato de ter receita recorrente através das assinaturas, o quê deixa o negócio mais previsível e facilitando a compreensão de erros, falhas e possibilidades de melhoria.
Outra vantagem é que você não se preocupa em gerenciar uma grande quantidade de pessoas para operar esse tipo de negócio. O maior esforço está em desenvolvimento de produto e marketing, não sendo necessário uma grande quantidade de fornecedores externos – gasta-se mais com funcionários de suporte e desenvolvimento.
Mas em desvantagem, esse modelo é mais caro de se iniciar. Você não irá encontrar nenhum software pronto que faça exatamente o que você pensa em construir, então terá que contratar um programador ou empresa de software para desenvolver do zero a sua solução.
Isso eleva muito os custos e a solução pode não sair como planejada. Construir um produto do zero pode ser um erro no início de uma startup, porque as incertezas são diversas, e existem muitas hipóteses que precisam ser validadas antes de construir um produto.
Em geral, criar um marketplace é menos oneroso e pode ter melhores resultados do que um Saas. Mas há casos e casos. Entenda melhor no próximo tópico.
Quando Criar um SaaS?
SaaS e marketplaces atendem a necessidades diferentes de mercado. Mas ele é uma opção muito interessante se o seu negócio pretende oferecer softwares ao mercado. Hoje, ele é uma possibilidade mais atrativa do que, por exemplo, vender software por licença unitária – em que só é possível lucrar uma única vez.
Além disso, o SaaS é uma opção bacana se a sua empresa possuir bastante orçamento para operar no vermelho. Isto porque, em média, SaaS levam 24 meses até conseguir tração de clientes o suficiente a ponto de gerar lucro. Além do mais, no SaaS você entra como o prestador do serviço. Logo, o desafio é se manter competitivo e em constante atualização.
Quando criar um Marketplace?
Enquanto o SaaS representa a venda de um software (ainda que de forma contínua e recorrente), marketplaces são a venda direta de produtos e serviços. Por isso, se o seu negócio tem o potencial de conectar clientes a vendedores e/ou prestadores, o melhor é abrir um marketplace. Neste caso, você não oferece serviços diretos, apenas faz a mediação.
O bacana aqui é fazer uma pesquisa de mercado e tentar entender em quais segmentos existem maiores oportunidades de crescimento. Os SaaS, em sua maioria, atuam em nichos bastante restritos de negócio (ainda que muitos tenham ticket médio alto). Já os marketplaces no geral têm opções mais atrativas para se investir com chances de sucesso.
Além da maior gama de clientes em potencial, o negócio em si é mais fácil de operar. Demanda menos manutenção, menos pessoal e é mais fácil de oferecer aos clientes.
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Conclusão
Marketplace e SaaS são dois modelos de negócio que podem trazer grandes retornos para quem neles investe. Contudo, eles possuem diferenças básicas que os tornam mais adaptáveis a diferentes públicos e necessidades distintas. Por isso, conhecer o seu mercado e entender as necessidades e características do cliente é fundamental em ambos.
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