Você conhece e apoia o empreendedorismo feminino? Cresce no Brasil o número de mulheres que estão se tornando donas do próprio negócio, gerando empregos e renda. Mas por que o empreendedorismo feminino vive um momento tão importante em sua história? Na verdade, são diversos os motivos.
Neste texto você vai entender mais sobre o empreendedorismo feminino. As mulheres terão dicas de como ingressar neste universo com menos riscos. Os homens poderão compreender como apoiar estes empreendimentos da melhor maneira possível. Assim, poderemos fomentar este ecossistema de empreendimentos tão relevantes. Vem com a gente!
O que é Empreendedorismo Feminino?
O empreendedorismo feminino envolve as iniciativas empreendedoras realizadas por mulheres. Vale destacar que muitas vezes temos uma imagem deturpada sobre quem empreende no Brasil. Geralmente, pensamos logo em grandes empresários.
Porém, pequenas produtoras locais, profissionais individuais e startups com lideranças femininas também compõem uma importante parcela do empreendedorismo no país. Todas essas ações são muito benéficas para a economia e para a sociedade como um todo. Até porque, com a inserção das mulheres nos negócios, as perspectivas se tornam mais diversas, inclusivas e inovadoras.
Ou seja, o empreendedorismo feminino é importante não só para aquelas que decidem criar um negócio. Ele ajuda a transformar as empresas e a realidade de diversas pessoas ao seu redor. Tais atitudes garantem novas visões de mercado, inspiram mais mulheres a ser independentes financeiramente, e movimentam a economia.
Para a mulher que empreende e conquista uma autonomia financeira, há mais chances de interromper ciclos de violência doméstica, por exemplo. Mais do que uma busca por lucro, várias delas querem construir uma história de protagonismo e realização pessoal por meio dos negócios.
Mercado do Empreendedorismo Feminino
No Brasil, já existem mais de 30 milhões de mulheres empreendedoras. O número corresponde a 48,7% de todos os empreendimentos. Os dados são do Global Entrepreneurship Monitor (GEM, 2018).
Além disso, uma pesquisa do SEBRAE mostra que o número de empreendedoras cresceu 21% de 2001 a 2011. No mesmo período, o número de homens que empreendem aumentou somente 9%.
Em relação ao microempreendedorismo individual, as mulheres trabalham principalmente em atividades de beleza, moda e alimentação. O local de funcionamento de 55,4% das MEI é a própria casa.
De acordo com o SEBRAE (2018), a maioria das empreendedoras atua nas áreas de alimentação, serviços domésticos e comércio varejista de roupas e cabeleireiros. Esse estudo evidencia que ainda há poucas mulheres donas de empresas de tecnologia e engenharia, por exemplo.
Assim, os dados também expõem as dificuldades do empreendedorismo feminino. As mulheres empreendedoras são mais jovens e têm nível de escolaridade 16% superior ao dos homens. Porém, elas ganham 22% menos do que eles. Enquanto os empreendedores tiveram o rendimento médio mensal de R$ 2.344, o delas ficou em R$ 1.831. O levantamento foi realizado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
As mulheres empreendedoras também enfrentam desafios para obter crédito e financiamentos. Elas acessam, em média, R$ 13 mil a menos do que o valor liberado aos homens. Outro dado é que as mulheres têm índices de inadimplência mais baixos. Mesmo assim, elas pagam taxas de juros 3,5% maiores do que as dos empreendedores.
Por que fomentar o empreendedorismo feminino é tão importante?
Sabe por que se fala tanto em fomentar e empoderar o empreendedorismo feminino? Isso acontece porque, justamente, não existe qualquer igualdade entre os gêneros quando se trata de empreendedorismo.
Pesquisa do Sebrae de 2019 (antes da pandemia), aponta que cerca de 67% dos empreendedores hoje são homens, enquanto cerca de 33% são mulheres. É uma proporção de 2 para 1. Aliás, ter mulheres como empreendedoras é uma situação bastante recente. Até os anos 1960, era raro ver mulheres donas de negócios.
Quais são os desafios das mulheres empreendedoras?
Contudo, diversos desafios acabam tornando a experiência da mulher empreendedora algo muito mais complexo em relação ao empreendedorismo masculino. Olha só como isso tudo afeta diretamente as mulheres donas de negócios;
Preconceito e ganhos reduzidos
O machismo se manifesta de diversas formas sobre as mulheres empreendedoras. Em algumas delas, ele se manifesta como preconceito explícito. Homens do universo empresarial tratam com preconceito, subestimação e até mesmo humilhação a diversas mulheres empreendedoras. Para estas pessoas misóginas, “lugar de mulher é na cozinha” e nada mais.
Além disso, muitos donos de novos negócios eram antes empregados de outras pessoas ou empresas. Logo, acabavam dependendo diretamente da poupança de seus salários para obter o investimento inicial do novo negócio. Como as mulheres, historicamente e até hoje, recebem menos do que os homens, a oportunidade de aplicar este dinheiro também é bastante reduzida.
Dificuldade de acesso a financiamento
Ao contratar um financiamento empresarial, todo e qualquer empresário passa por um processo de análise da instituição financeira. A instituição busca saber mais sobre as circunstâncias da vida e do trabalho do ou da cliente para entender se vale a pena fornecer um financiamento, bem como as taxas de juros a serem praticadas.
O machismo estrutural é tão grande, que nas instituições financeiras a avaliação costuma ser mais rigorosa sobre as mulheres. Especialmente se elas forem solteiras e com filhos. Há a crença dos bancos de que a cliente pode sofrer com o peso da maternidade e isso pode levá-la a descuidar do negócio, aumentando o risco de calote da dívida.
Logo, a contratação do financiamento também é dificultada. Seja em questão de prazo, taxa de juros ou dos valores liberados.
Jornada múltipla
Grande parte das mulheres vive uma jornada dupla ou até mesmo tripla, quando se trata de rotinas e empreendedorismo. Se mães, as mulheres já gastam 10 ou mais horas por dia cuidando de seus filhos. Se forem mães e donas do próprio negócio, já tratamos de uma jornada dupla. Há ainda mulheres que são mães, empreendedoras e que possuem negócios próprios!
E veja que nestes casos sequer estamos mencionando mulheres que, além de tudo isso, também dependem muitas horas por dia cuidando do lar – mesmo que elas tenham maridos ou companheiros. Como empreender após um gasto tão grande de energia?
Inspirações de Mulheres Empreendedoras
Separamos algumas cases de mulheres empreendedoras, para te inspirar a entrar no mundo do empreendedorismo feminino.
Helena Trajano: Magazine Luiza
Luiza Helena Trajano é considerada uma das três mulheres mais poderosas do Brasil, de acordo com a revista Forbes. A empreendedora hoje lidera o marketplace Magalu, que é um verdadeiro fenômeno de vendas. Aliás, o modelo de negócios de marketplace é uma das grandes sacadas da empreendedora. Esse tipo de negócio tem um potencial de ser uma organização exponencial e escalável.
A família de Luiza possuía uma pequena loja de presentes no interior de São Paulo. Desde cedo, ela atuou como balconista no negócio. Em 1991, após se formar em Direito e Administração de Empresas, ela assumiu o comando da empresa. Em 1992, deu início à transformação digital da rede.
Dica: acesse já o guia completo sobre marketplaces!
Camila Farani: investidora de startups
Camila Farani já criou diversos negócios. Hoje, ela se destaca por ser uma investidora-anjo e um dos “tubarões” do Shark Tank Brasil. É a única mulher bicampeã premiada como Melhor Investidora-Anjo no Startup Awards 2016 e 2018.
Também é sócia-fundadora da G2 Capital, uma butique de investimentos em startups. Além disso, é co-fundadora do MIA, Mulheres Investidoras Anjo, grupo pioneiro no investimento anjo feminino.
Cristina Junqueira: Nubank
Cristina Junqueira é co-fundadora do Nubank, uma fintech que já conta com 10 milhões de clientes. O negócio revolucionou os serviços financeiros, oferecendo um cartão de crédito sem banco.
O grande diferencial é a facilidade em obter os serviços de forma 100% online. Com só 4 anos de existência, o Nubank é considerado uma das fintechs mais revolucionárias do país.
Dicas para uma mulher empreendedora
1. Desenvolva autoconfiança
Realizar mudanças e começar no mundo do empreendedorismo feminino pode ser estressante e gerar incertezas. Mas, é importante acreditar no seu potencial e na sua possibilidade de desenvolvimento. Nenhuma empreendedora nasce com um dom para isso. Ninguém nasce com todas as habilidades necessárias para criar um negócio.
Ou seja, acredite no seu processo e confie que você é capaz de aprender coisas novas. Além disso, não tenha medo de falhar. Isso porque é inevitável cometer erros. O processo de empreender envolve testar soluções e fazer ajustes. O nosso artigo sobre mindset tem dicas valiosas sobre a mentalidade necessária para ser uma empreendedora.
2. Construa uma rede de apoio
Um elemento essencial para fazer um negócio dar certo é o networking. Por isso, busque parcerias tanto online quanto offline. Foque em empresas que atuem no mesmo nicho de mercado com você.
Além disso, é muito benéfico formar uma rede de mulheres empreendedoras para trocar experiências e apoio. Acredite, muitas pessoas estão em uma situação parecida com você. Aquele velho ditado faz muito sentido aqui: “Quem caminha sozinho chega mais rápido, mas quem vai acompanhado, chega mais longe”.
Uma dica é procurar organizações de fomento ao empreendedorismo feminino, grupos de discussão, perfis nas redes sociais sobre o seu nicho, eventos relacionados ao seu negócio, etc.
3. Atualize seus conhecimentos
Qualquer empreendedor ou empreendedora precisa estar em constante evolução. Até porque, o mercado muda rapidamente. Por isso, estude constantemente sobre a sua área de atuação. Você pode buscar ebooks, webinars, vídeo aulas, palestras e cursos online, por exemplo.
As atividades presenciais também são uma boa ideia, principalmente para fazer networking. Participar de programas de mentoria também é uma ótima ação que te apoia a desenvolver o seu negócio com a ajuda de alguém que já tem experiência no mercado.
4. Organize o seu tempo
Muitas mulheres empreendedoras enfrentam uma jornada dupla, isto é, cuidam da casa, da família e do negócio. Isso pode ser uma grande dificuldade na hora de empreender. O ideal é dividir as tarefas domésticas e conversar com os familiares.
Também é importante definir um horário específico para o trabalho e fazer uma gestão das tarefas. Para isso, te aconselho a quebrar os seus planos em pequenos projetos e metas. Dessa forma, fica mais fácil distribuir as tarefas e definir prazos.
5. Inove
Muitos empreendedores e empreendedoras têm medo de inovar. É comum ver pessoas que querem empreender e passar muito tempo planejando o negócio. Mas, colocar as ideias em prática e testá-las e a coisa mais importante para desenvolver o empreendedorismo e inovação.
Atualmente, com a economia compartilhada, é fundamental inovar constantemente. Mesmo que a sua empresa já esteja consolidada no mercado, é fundamental rever o modelo de negócios e os processos.
Por exemplo, empreendimentos escaláveis e disruptivos como os marketplaces estão dominando o mercado. Isso acontece pela praticidade para os clientes e pelo alto potencial de faturamento que apresentam.
Dica: acesse já o checklist completo sobre como criar um marketplace de sucesso!
Organizações e ferramentas para mulheres empreendedoras
Rede Mulher Empreendedora
A Rede Mulher Empreendedora é a primeira e maior plataforma de apoio ao empreendedorismo feminino brasileiro. O grupo da RME no Facebook já conta com mais de 57 mil mulheres trocando dicas e experiências. A Rede também tem 100 embaixadoras e 50 influenciadoras. Realiza ações como parcerias de divulgação, cursos de capacitação, consultorias e programas de aceleração.
Empreendedorismo Rosa
Organização focada no apoio ao empreendedorismo feminino. A Empreendedorismo Rosa nasceu como um blog e hoje é uma empresa que oferece serviços para o desenvolvimento profissional de mulheres. A organização disponibiliza cursos de liderança, palestras, grupos de leitura e mentoria.
Consulado da Mulher
Organização focada em prestar assessoria para “nano” empreendedoras. Mulheres que em sua maioria não tiveram oportunidade de terminar os estudos e que vivem em locais socialmente vulneráveis. O Consulado oferece oficinas, treinamentos e investimentos para os negócios apoiados.
Google Primer
Aplicativo do Google que oferece aulas rápidas, com dicas sobre temas relacionados ao empreendedorismo feminino. As aulas são interativas e pensadas para quem tem poucos momentos livres. Assim, é possível participar das aulas em momentos mais leves do dia, mas sem deixar o compromisso de lado.
Conclusão
Apoiar e investir no empreendedorismo feminino significa ajudar o Brasil a crescer. As mulheres representam a maioria da população e demonstram, cada vez mais, sua imensa capacidade de empreender, inovar e desenvolver grandes negócios. É necessário, entretanto, lutar contra as estruturas de machismo e misoginia que ajudam a manter o mercado como ele tem sido há séculos. Você pode fazer parte disto.
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