O mercado de marketplace no Brasil e no mundo apresenta resultados bastante positivos. Em crescimento constante desde que o modelo surgiu, o marketplace apresentou um boom na pandemia e continua se expandindo rapidamente. Neste conteúdo vamos falar sobre o mercado de marketplace, seu contexto atual e projeções para o futuro.
Se você pretende abrir ou já tem um marketplace, é extremamente importante acompanhar as novidades e oscilações do mercado. Por isso, temos certeza que este material pode acrescentar muito à sua experiência. Acompanhe conosco!
O que é marketplace
Um marketplace é como um shopping virtual. Trata-se de uma plataforma online que conecta oferta e demanda, seja de produtos ou serviços.
Para os clientes, a vantagem é comparar perfis e orçamentos de diferentes profissionais ou produtos em um só lugar.
Já para os vendedores, o marketplace funciona como uma vitrine virtual. Nela, os lojistas podem divulgar seu trabalho para diversas pessoas. Afinal, é muito mais fácil atrair público para um site que oferece diversas opções de marcas, do que para um e-commerce comum, com apenas uma loja.
Além dos benefícios aos lojistas e clientes, quem é dono(a) de um marketplace tem várias vantagens. O(a) empreendedor(a) lucra por meio de comissão ou mensalidade. E, o negócio não exige estoque próprio, já que o marketplace apenas realiza a intermediação dos serviços ou compras.
Tipos de marketplace
Existem vários tipos de marketplace, focados em nichos distintos. O mais comum é o modelo de venda de produtos físicos, como é o caso da Magazine Luiza, da Americanas e do Mercado Livre. Esse tipo de negócio conecta oferta e demanda de bens, sejam usados ou novos.
O marketplace de serviços também é uma opção. Esse tipo de empreendimento é desafiador, mas pode ser uma boa oportunidade. Geralmente, os marketplaces de serviços usam o conceito da economia compartilhada. Nesse caso, o GetNinjas, plataforma para contratação de freelancers, é um exemplo de sucesso.
Outra possibilidade é o marketplace de agendamento. Esse modelo é usado com profissionais que trabalham com agendamento de horários. Por exemplo, psicólogos, professores particulares e médicos. O Doctoralia, focado na área da saúde, e o SuperProf, no setor de educação, são algumas plataformas de agendamento.
Há, ainda, o marketplace de aluguel. Nesse modelo, é possível oferecer o aluguel de espaços ociosos, como salas de escritório e locais para festas. O Airbnb aproveitou bem esse tipo de marketplace, conectando anfitriões e hóspedes de forma simples e barata.
Criar um marketplace ou vender em marketplaces?
Muitos empreendedores têm dúvida se devem abrir um marketplace ou vender em marketplaces já existentes. Não existe resposta certa, pois isso varia de acordo com o seu objetivo.
É recomendado vender em marketplace se você possui uma loja física e deseja aumentar suas vendas online. Além disso, a solução também funciona para quem é um profissional de serviços autônomo e deseja conquistar mais clientes, divulgando seu trabalho em marketplaces de serviços.
Mas, se você deseja ter um negócio realmente escalável e com grande potencial de expansão, deve criar o seu próprio marketplace. Essa opção é indicada para um profissional que já tem mais experiência no mercado, bons contatos e vontade de construir algo grande e rentável.
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Mercado de marketplace no mundo
Apesar de ser um sucesso recente no Brasil, os marketplaces já estavam consolidados há muito tempo nos EUA e em outros mercados do hemisfério norte. O Ebay foi o precursor dessa tendência, lançando a sua plataforma em 1995.
A Amazon também foi um dos primeiros marketplaces a se popularizar. Para se ter uma ideia do sucesso da marca, a empresa já detém 50% das vendas online dos Estados Unidos. A marca começou como um e-commerce voltado a livros e depois se consolidou de vez no mercado como marketplace.
Esse modelo de negócios dominou o mercado virtual. Hoje, os marketplaces correspondem a 90% do faturamento do varejo online na China. Já nos EUA, esse segmento equivale a 33% (Fonte: Channel Advisor). Segundo a consultoria RetailX, o modelo de marketplace também já representa pelo menos metade de todo o faturamento do e-commerce no continente europeu.
Além disso, os dados de faturamento do mercado de marketplace também impressionam. O crescimento do ramo deve dobrar até o ano de 2022, passando de US$ 19 a US$ 40 bilhões (Fonte: Juniper Research).
E, a opinião dos clientes reforça os dados de crescimento desse mercado. Mais de 90% dos consumidores que compram online utilizam plataformas de marketplace. Ainda, 36% deles pretendem fazer mais compras por esse canal nos próximos 12 meses.
Como surgiram os marketplaces?
O modelo de negócio de marketplace já possuía algum tempo de existência. As primeiras iniciativas similares a este formato são do meio para o fim da década de 1980 nos Estados Unidos.
A internet, ainda muito incipiente, não permitia que o modelo operasse como se faz hoje, mas já havia sido lançado em 1984 um software chamado Electronic Mall com recursos semelhantes ao de um marketplace. O aplicativo foi desenvolvido pela CompuService.
Porém, com o surgimento da Amazon em 1994 e do eBay em 1995, a internet já tinha recursos mais avançados que permitiam a venda segura pela internet (em um volume menor que hoje, mas já possível). Neste período surgiram diversos e-commerces com propostas distintas no mercado americano. Muitos faliram, mas diversos se tornaram empresas bilionárias.
Explosão dos marketplaces na pandemia de COVID-19
A pandemia da Covid-19 no Brasil e no mundo gerou muitas consequências. Uma delas foi o crescimento exponencial do e-commerce e, em especial, dos marketplaces. Evidentemente, isto se deve às medidas de isolamento e distanciamento social que deixaram boa parte das pessoas em casa. Sem poder visitar lojas físicas, as pessoas passaram a consumir pela internet.
Segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm), o marketplace apresentou um crescimento de 68% em faturamento entre os anos de 2019 e 2020, no auge da pandemia. Este volume de expansão nunca havia sido registrado nas estatísticas anteriormente.
A pandemia passou a ter efeitos menos intensos a partir de 2021, especialmente graças à vacinação. Mesmo assim, o marketplace não parou de crescer. As empresas aprimoraram a sua operação e passaram a ter uma concorrência maior pelos clientes, melhorando a qualidade dos serviços e mantendo os preços sob controle.
Mercado de marketplace no Brasil
Após o sucesso em outros países, o mercado de marketplace vem crescendo no Brasil desde 2010. Nessa época, grandes grupos de e-commerce se tornaram plataformas de marketplace como Via Varejo e B2W.
Outros exemplos como Americanas, Magazine Luiza e Extra se tornaram um sucesso no cenário brasileiro. Tais empresas possuíam mais de 15.000 vendedores cadastrados no segundo trimestre de 2020. A Via (que reúne marcas como Casas Bahia e Ponto Frio), chegou à marca de 100 mil vendedores no fim de 2021.
Em termos de faturamento, do total de R$ 81 bilhões arrecadados em 2020 pelo marketplace brasileiro. Assim, as plataformas já representam cerca de 78% das vendas online no país (Fonte: Webshoppers – Ebit|Nielsen). Em 2020, foram feitas mais de 64 milhões de transações únicas, com um ticket médio de R$ 466.
Chegada dos marketplaces ao Brasil
Os marketplaces tiveram uma chegada tardia no Brasil, onde a internet começou a se popularizar no começo dos anos 2000. Se o e-commerce começou a se desenvolver no país na segunda metade dos anos 90, com o surgimento de vendas online no Magazine Luiza, no UOL e em outras empresas, os marketplaces começaram a surgir anos depois.
Em 2000, o Mercado Livre começou a operar no Brasil – e já nasceu com o modelo de marketplace. Outro grande player que também iniciou como marketplace foi a OLX, marketplace C2C desenvolvido em 2006 que também teve importante papel no desenvolvimento deste mercado no país.
Desenvolvimento do mercado
O mercado começou a ganhar mais força a partir de 2010. Isso foi reflexo de dois fatores bastante importantes: o crescente número de usuários da internet, as redes sociais (que revolucionaram o marketing digital) e o ganho de confiança dos clientes sobre as compras online.
Nesse período também começou um momento que atesta a consolidação do marketplace no Brasil: gigantes do varejo, que já possuíam lojas digitais próprias, começaram a lançar marketplaces. Uma das pioneiras neste movimento foi as Lojas Americanas (hoje parte do grupo B2W). Mas outros players como Magalu, Casas Bahia, Centauro, Netshoes e outras também seguiram a tendência.
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Quais são os maiores marketplaces?
No Brasil, em 2021, os marketplaces foram um grande sucesso. Mas algumas empresas se destacaram e ampliaram ainda mais a sua hegemonia neste mercado. Segundo levantamentos realizados pela Semrush, os marketplaces mais acessados no Brasil em 2021 foram, respectivamente:
- 1 – Mercado Livre
- 2 – Americanas (B2W)
- 3 – OLX
- 4 – Magazine Luiza
- 5 – Amazon
- 6 – Casas Bahia (Via)
- 7 – Submarino (B2W)
- 8 – Elo7
- 9 – AliExpress
- 10 – Extra (Via)
Note que neste ranking diferentes players do mesmo grupo empresarial parecem disputar os mesmos consumidores. Mas esta é uma prática comum para incentivar a concorrência e manter o domínio da empresa-mãe no mercado, ainda que com mais de uma marca.
Percepção dos consumidores de marketplace
Hoje existe um número muito maior de pessoas que compram em marketplaces do que existia há dois anos, segundo levantamento da Ebit/Nielsen. Apenas entre 2019 e 2020, os marketplaces ganharam 13 milhões de novos clientes. Eram pessoas que, por algum motivo, passaram a confiar e se interessar por comprar nessas plataformas.
Além da pandemia, outros fatores influenciaram o ganho de reputação do setor:
- Marcas tradicionais lançando marketplaces;
- Aprimoramento das vitrines virtuais e da experiência do cliente;
- Ganho em design, segurança e eficiência nas plataformas digitais;
- Otimização dos serviços de logística e entrega de produtos;
- Parcerias estratégicas dos players do setor;
- Oferta de outros serviços além da venda (ex: Mercado Pago).
Tendência de crescimento do mercado
O mercado de marketplace tem empresas consolidadas em nichos que já são tradicionais do e-commerce convencional. Os setores de eletrônicos, eletrodomésticos e informática são alguns exemplos.
Porém, existe muito espaço no mercado para explorar novos nichos. E, a tendência é que a oferta seja cada vez mais especializada. Nessa lógica, surgiram marketplaces nichados, como o Doctoralia, Zé Delivery, SuperProf, Elo7, MadeiraMadeira, Parafuzo, GetNinjas e muitos outros.
Um player, em especial, que chegou com tudo no Brasil foi a Shopee. Baseada na China, a plataforma já tem mais de um milhão de vendedores em todo o mundo e apresentou uma taxa de crescimento impressionante em nosso país em 2020: cerca de 1950%. Sim, o faturamento da empresa cresceu cerca de 20 vezes.
Oportunidades para todos os perfis
Com players já tão relevantes e consolidados no mercado de marketplaces, muitos empreendedores podem pensar que não vale a pena empreender nessa área. Porém, o cenário é o oposto: existem muitas oportunidades no ramo – em especial em nichos específicos de mercado. Vamos entender mais a fundo:
Pequenos empreendedores
Pequenos empreendedores, que já possuem lojas físicas ou possuem e-commerces, podem também se tornar vendedores dentro de grandes marketplaces. Não há impedimento algum em se vender em mais de uma plataforma. Basta se planejar corretamente com as finanças e a logística de cada plataforma utilizada.
Médios empreendedores
Empreendedores médios ou em crescimento têm mais estrutura para montar o seu próprio marketplace. Neste caso, é possível montar um marketplace voltado a nichos específicos e utilizar o seu network para fazer parcerias estratégicas. Por exemplo, se você possui uma rede de lojas, pode criar um marketplace para elas.
Grandes empresas
Empresários com maior volume de recursos podem abrir, de fato, marketplaces robustos e altamente lucrativos. Eles também podem utilizar seus recursos para investir em marketplaces já existentes que têm alto potencial de crescimento mas ainda não possuem estrutura própria para dar o próximo passo. Seja como empreendedor ou como investidor, grandes empresários têm tudo a ganhar ao apostar no setor do marketplace, como os números mostram.
O que a economia colaborativa tem a ver com isso?
O advento do marketplace é um fenômeno que está também conectado com o avanço da economia colaborativa no Brasil e em todo o mundo. A economia colaborativa dá a ideia de que as pessoas passarão, cada vez mais, a compartilhar bens e serviços ao invés de adquiri-los e manter sua propriedade a longo prazo.
Da mesma forma, quem vende em um marketplace está se aproveitando da visibilidade e do espaço digital proporcionado por terceiros para fazer bons negócios e obter lucro. Em contrapartida, o vendedor paga comissões e ajuda a manter o marketplace em operação. Contudo, essa relação tem muito mais potencial de lucro e menos riscos do que se o seller decidisse investir todos os seus recursos apenas em um e-commerce próprio.
Conclusão
Como você viu ao longo deste conteúdo, o mercado de marketplaces é um segmento muito interessante para empreender. O setor passou, em especial nos últimos dois anos, por um momento de muito crescimento e estruturação.
Além disso, o mercado de marketplace não vai parar de crescer tão cedo. A tendência é que o ramo cresça e gere cada vez mais vantagens para clientes e empreendedores.
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